A incidência de iatrogenia em pacientes ambulatoriais é de 3-7%. Estes pacientes passam de 8 a 10 dias no hospital e tem uma taxa de mortalidade de 2-6%. Em um estudo de 1980, Trunet et al relataram dados sobre iatrogenia como razão de internação em CTI. Vinte anos depois, médicos franceses comparam os dados deste estudo com os de hoje, para saber se houve uma redução na incidência de iatrogenia como razão de internação em CTI.

Métodos: Foi feito um estudo retrospectivo de um CTI de 15 leitos do Hospital Geral de Compiégne na França. Todos os pacientes internados em 1994 foram revistos, e os que apresentavam iatrogenia adquirida na comunidade ou no hospital foram incluídos. Foi feito então um follow-up avaliando morbidade, mortalidade, custos médicos e previnibildade da iatrogenia.

Resultados: Dos 623 pacientes admitidos naquele ano, 68 (10,9%) foram por iatrogenia, sendo destes 41 (6,6%) por drogas, 12 (1,9%) por atos médicos, e 15 ( 2,4%) por atos cirúrgicos. Estes pacientes permaneceram no CTI por um total de 472 dias, com um tempo médio de internação de 6,9 dias. A mortalidade foi de 13%, os gastos totais de US$ 688.470 com um gasto médio de US$ 10.125, e a taxa de previnibilidade foi de 51%. Os médicos identificaram como fatores de risco idade avançada e número de drogas em uso.

Ocorrem por ano nos EUA mais de 200.000 casos de bacteremia relacionada à cateter (BRC). É uma complicação séria, que leva a um aumento na mortalidade, tempo de internação e custos hospitalares. No intuito de diminuir a incidência da BRC, recentemente foram criados cateteres impregnados com antissépticos, como o clorexidine, sulfadiazina ou ambos. Alguns estudos mostram melhoras nestes índices, porém sua eficácia real do uso destes cateteres ainda não é conhecida. No intuito de esclarecer o papel dos cateteres impregnados com antissépticos na prevenção da BRC, médicos americanos conduziram esta meta-análise.

Métodos: Foram selecionados estudos pela Medline de Janeiro de 1966 à Janeiro de 1998, randomizados, controlados em que fossem usados catéteres impregnados com antisséptico no grupo de tratamento e catéteres não impregnados no grupo controle, e que reportassem a incidência da BRC em ambos os grupos. A colonização do cateter foi definida como crescimento de colônias de um segmento do cateter, e bacteremia como isolamento do mesmo germe presente no cateter na corrente sanguínea sem outra provável fonte de infecção. Foram então selecionados 12 estudos com colonização de cateter (total de 2611 cateteres) e 11 estudos com BRC (total de 2603 cateteres). A maioria dos cateteres eram de lúmen triplo, a maioria da população era de pacientes com alto risco para desenvolver bacteremia e 1/3 deles estavam em CTI’s.

Resultados: A incidência média de colonização de cateter em pacientes usando cateteres impregnados com antisséptico foi de 13,8% e no grupo controle de 29,5%. Já a incidência de BRC foi de 3,6% no grupo em uso de cateteres impregnados com antisséptico e de 6,0%. O odds ratio para colonização de cateters no grupo dos cateteres impregnados foi de 0,44 e o de BRC foi de 0,56.

Infecções nosocomiais constituem um grave problema que afetam a qualidade do serviço médico prestado em hospitais, mas mesmo assim estudos recentes mostram que 1/3 dos casos são previníveis. A principal forma de disseminação é pelas mãos de profissionais de saúde, por isso o ato de lavar as mãos é sempre desejável. Neste estudo em um hospital suiço de 1400 leitos, médicos estudaram o processo de contaminação bacteriana das mãos de profissionais de saúde durante a rotina de cuidados com pacientes.

Métodos: 417 episódios de cuidados foram observados por médicos infectologistas. Cada período de observação começava após a lavagem de mãos e terminava quando o profissional de saúde seguia para lavar as mãos novamente, ou se dirigia a um outro paciente. Ao final de cada período eram colhidas as impressões dos dedos da mão dominante, e colônias bacterianas eram quantificadas em 24 e 48 horas. Posteriormente foram feitas correlações do grau de contaminação com o método de lavagem de mãos, uso de luvas no contato com o paciente, duração e tempo de cuidado com o paciente e a enfermaria onde esse estava.

Resultados: A Contaminação bacteriana foi maior em profissionais sem luvas, atividades como cuidado respiratório, contato com fluidos corpóreos, e em CTI’s. Forma também maiores em profissionais que lavaram as mãos com sabão comum, e em profissionais que ficaram mais tempo em contato com o paciente. As principais bactérias que identificadas foram Staphilococcus coagulase negativos, Corynebacterium spp e Micrococcus spp.